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Mais um passo no Plano de Gestão Paresi

Por: Giovanny Vera/OPAN
Representantes das nove terras indígenas propuseram soluções para temas estruturais de seu território.

Jovens e mulherse se destacaram com sua ativa participação nos debates.
Foto de Giovanny Vera/OPAN

Terra Indígena Paresi, Tangará da Serra (MT) – Após quase dois anos dedicados à elaboração do Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) para suas nove terras indígenas, o povo Paresi passou para a fase final deste documento, que será validado pela comunidade inteira no mês de julho.

Neste longo processo, conduzido pelas associações indígenas Waymarê e Halitinã e executado em parceria com a Operação Amazônia Nativa (OPAN), The Nature Conservancy (TNC) e a Fundação Nacional do Índio (Funai), foram realizadas visitas às 61 aldeias das nove terras indígenas Paresi: Estação Parecis, Estivadinho, Figueiras, Juininha, Pareci, Ponte de Pedra, Rio Formoso, Uirapuru e Utiariti. As várias viagens de campo permitiram a realização do etnomapeamento do território, valorizando a participação da população no reconhecimento de suas terras e no planejamento de seu futuro.

O plano de gestão é uma ferramenta de defesa e fortalecimento dos povos indígenas adotada pela Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI)  que reconhece o protagonismo e a autonomia destes povos na proteção de seu território.

No decorrer do processo, com a realização das oficinas de etnomapeamento e reuniões para debater a economia, a saúde, educação e cultura indígenas, os representantes das associações e aldeias apontaram a importância de seu território ser o berço das águas, onde estão as cabeceiras das quais emana água, tanto para a bacia do Amazonas como para a bacia do Paraguai. Rony Paresi, cacique da aldeia Wazare, confirmou essa visão, afirmando que “dentro do contexto da territorialidade, junto com a questão do meio ambiente, o carro chefe do PGTA é a água”.

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A comunidade Paresi colaborou ativamente na elaboração de mapas com lugares importantes do território
indígena. Foto: Fabiano da Matta/OPAN

 Através do mapeamento nas nove terras foi possível discutir e interpretar condições de uso e conservação das águas na região, concluindo que cabeceiras de rios que se encontram fora das terras indígenas -mas que as abastecem- são impactadas por desmatamento, e que demandam pactos de preservação. Também foram identificadas áreas de sobreposição do Cadastro Ambiental Rural (CAR) em terras indígenas que possuem processos de regularização fundiária em andamento, provocando conflitos com vizinhos.

Entre os meses de março e maio deste ano ocorreram oficinas e seminários temáticos com ênfase sobre a gestão territorial e ambiental, organização social e política do povo e os modelos de desenvolvimento da economia Paresi. Nesses encontros foram debatidos e analisados os problemas que as nove terras indígenas vivem, respeitando a individualidade de cada uma, tendo como resultado a pactuação de acordos coletivos com propostas de soluções às problemáticas levantadas.

Estes acordos foram levantados a partir da reflexão comunitária e o pensamento coletivo na utilização do território, no manejo de recursos naturais e na eficiência da gestão financeira, visando os melhores caminhos rumo ao desenvolvimento socioambiental e econômico, e a qualidade de vida para o povo Haliti.

Na medida que foram acontecendo as reuniões, as questões relativas ao uso e manejo de recursos no território correlacionaram-se aos problemas de saúde nas aldeias, conectando visões estratégicas baseadas na qualidade da dieta alimentar, associada as roças tradicionais e a importância dos oferecimentos para manutenção da espiritualidade e da saúde do povo Paresi, destacou Fabiano da Matta, indigenista da OPAN e coordenador do projeto.

O processo participativo na criação do PGTA foi riquíssimo porque “gradativamente foi trazendo todos os temas da sociedade paresi que não estavam ali, destacados e integrados, mas que estavam sendo vividos localmente, isoladamente.  Uma reflexão conjunta foi provocada, e isso é o plano de gestão”, disse Rinaldo Arruda, antropólogo e consultor no PGTA.

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O plano de gestão promoveu espaços de diálogo e debate sobre as dificuldades e soluções pensadas pela
comunidade indígena. Foto: Giovanny Vera/OPAN

A qualificada participação dos jovens e das mulheres foram o destaque durante estas reuniões, apresentando-se como parte viva da comunidade e protagonistas na solução das dificuldades que atravessam os Paresi, segundo a Professora Teresa Cristina Kezonazokero. “Nós queremos ser parte do plano de gestão, decidir o que fazer, quando fazer, de que forma fazer. Este documento vai ser o norteador nos próximos anos para todas as ações nas nossas terras indígenas, porque somos nós que estamos pensando e decidindo o que queremos”, disse ela.

De acordo com o cacique Rony, a processo de elaboração do PGTA Paresi serviu para consolidar seu território como povo, já que “avaliamos nossa vida, nossa cultura, o nosso território, as ameaças e os problemas. Com isso conseguimos maior amadurecimento, entendimento e lucidez, e uma materialização do que queremos fazer e como queremos nos desenvolver”, garantiu.

Por sua vez, Genilson Kezomae, liderança e coordenador indígena do PGTA, realçou o fortalecimento e a integração do povo Paresi em todo o processo da elaboração do documento. Ele sabe que o plano de gestão não é a solução para todos os problemas, mas “é um material de caminho para o futuro, construído de forma coletiva, um plano de vida para o nosso povo”, assegurou.

 

Contato com a imprensa

Giovanny Vera
gio@amazonianativa.org.br
(65) 3322-2980

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