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Guarani pedem apoio para reconhecimento de área tradicional*

Área às margens do lago de Itaipu pertencente ao Instituto Agronômico do Paraná aguarda demarcação.

Área às margens do lago de Itaipu pertencente ao Instituto Agronômico do Paraná aguarda demarcação.

Por: Comunicação OPAN

Santa Helena (PR) – Na semana de comemoração do dia do índio, a comunidade Guarani de Yv’a Renda Poty celebrou um ano e meio de retomada das terras tradicionais. São 25 famílias que desde outubro de 2010 ocupam 40 alqueires do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), no município de Santa Helena, à beira do lago da Itaipu.

Nas palavras do cacique Pedro Alves, “Estamos aguardando por um direito que é nosso, temos a certeza que estas terras serão nossas, por isso estamos aqui, para garantir que esta área seja novamente Guarani”. Desde o ano passado, a área já ganhou um pequeno Posto de Saúde e a contratação de um professor bilíngüe para ministrar aulas em Guarani. No entanto, questões básicas como água potável e eletricidade, além do reconhecimento da área, permanecem como problemas centrais.

Após uma grande reza que se estendeu por toda a manhã, os indígenas reuniram-se com a assessoria do Deputado Estadual Jose Lemos (PT) com o objetivo de discutir formas de acelerar o processo de reconhecimento da área, assim como de ampliar o acesso às políticas públicas tanto em nível local como estadual. “Estamos aqui há um ano e meio e jamais conseguimos falar com a prefeita de Santa Helena que sempre nega nos receber. Eles continuam falando na imprensa que nós sairemos e que esta terra é do IAPAR”, afirma o vice-cacique Lino Silveira, que é membro da Via Campesina do Paraná.

Apesar de não existir nenhuma ameaça concreta de reintegração de posse por parte do estado do Paraná, os Guarani exigem a criação imediata de um GT que possa iniciar o trabalho de reconhecimento da área, que é vizinha da antiga aldeia Dois Irmãos, inundada pela construção da Itaipu, assim como tantas outras no oeste do Paraná.

Após reunião, quando as lideranças Guarani expuseram seus problemas, a assessoria do Deputado se comprometeu a fazer uma série de encaminhamentos para acelerar a construção de um GT e impedir qualquer tipo de iniciativa por parte do estado de reintegração da área. “É fundamental a gente se organizar, precisamos do apoio de outras pessoas, de outras entidades para fortalecer a nossa luta, a nossa e dos outros Guarani que permanecem em terras não-demarcadas”, disse Lino da Silva.

*Paulo Porto é membro da OPAN.

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A OPAN foi a primeira organização indigenista fundada no Brasil, em 1969. Atualmente suas equipes trabalham em parceria com povos indígenas do Amazonas e do Mato Grosso, desenvolvendo ações voltadas à garantia dos direitos dos povos, gestão territorial e busca de alternativas de geração de renda baseadas na conservação ambiental e na manutenção das culturas indígenas.

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