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Flutuantes prontos para pesca manejada

Povo Paumari se prepara para a 2ª despesca do pirarucu em setembro.

Por: Carla Ninos/OPAN

Lábrea, AM – É grande a expectativa entre os Paumari para a segunda pesca manejada do pirarucu já realizada em uma terra indígena do estado do Amazonas. Este ano ela deve ser realizada no mês de setembro.

Os preparativos começaram nos meses de abril e maio, com a construção de dois flutuantes. O primeiro é grande, foi completamente reformado e se encontra na aldeia Terra Nova, na TI Paumari do Lago Paricá. O segundo é todo novo e menor, e já está na aldeia Manissuã, na TI Paumari do Lago Manissuã, no rio Tapauá.

O coordenador do Programa Amazonas da OPAN, Gustavo Silveira, explica que para a realização do manejo do pirarucu “os flutuantes são importantes para que se tenha um local estavél, de fácil higienização, sombreado e espaçoso”.

Os flutuantes serão utilizados para receber os peixes abatidos nos lagos onde os Paumari têm realizado, nos últimos cinco anos, ações de conservação dos lagos e atividades preparatórias para o manejo do pirarucu, com o apoio da OPAN, da Funai, da Conservação Estratégica (CSF Brasil) e do Instituto Piagaçu. Depois da pesca em si, os peixes serão levados para os novos flutuantes, onde serão pesados e medidos inteiros, eviscerados, lacrados e pesados novamente. Será feito também o registro do sexo e do estágio gonadal, para então serem higienizados. Após esses procedimentos, serão gelados no barco que estará atracado no flutuante, ficando prontos para comercialização.

Para os Paumari, melhorar a logística para a despesca é uma consolidação das ações do manejo pesqueiro, que envolve desde a organização comunitária, vigilância, recuperação do estoque pesqueiro até chegar a pesca manejada. “É o reconhecimento externo do trabalho que os Paumari estão desenvolvendo e mais um avanço nas ações de manejo”, reforça Silveira.

Este ano, os Paumari solicitaram autorização para pesca manejada de 80 peixes – número estabelecido a partir da contagem dos lagos antes da primeira despesca, em 2013. Este número equivale a 17% dos pirarucus nos lagos manejados e está bem abaixo do limite permitido, que é de até 30% dos peixes adultos acima de 1,5 metros vistados na última contagem. A expectativa é que a nova licença do Ibama deva sair ainda em junho deste ano.

Além de apoiar a pesca, os flutuantes servirão para bases de apoio à vigilância e para reuniões. Esta atividade está sendo apoiada pelo Projeto Raízes do Purus, executado pela OPAN com patrocínio da Petrobras.

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