21 de janeiro de 2016

Há muito tempo nossas comunidades vêm enfrentando dificuldades para adaptar-se às novas condições de vida com os territórios demarcados. Hoje, nossos territórios são limitados e estão sendo intensamente modificados em suas fronteiras em consequência do modelo de ocupação do entorno. Portanto, este plano de gestão começa a fazer sentido quando pensamos como será a vida […]

Há muito tempo nossas comunidades vêm enfrentando dificuldades para adaptar-se às novas condições de vida com os territórios demarcados. Hoje, nossos territórios são limitados e estão sendo intensamente modificados em suas fronteiras em consequência do modelo de ocupação do entorno. Portanto, este plano de gestão começa a fazer sentido quando pensamos como será a vida das nossas futuras gerações.

Nós, povos indígenas da Terra Indígena Tirecatinga, do município de Sapezal, em Mato Grosso, nos unimos para construir este primeiro Plano de Gestão Territorial e Ambiental para os próximos anos. Queremos, deste modo, nos apresentar para a sociedade brasileira e mato-grossense para que, ao nos conhecer, possamos diminuir os preconceitos existentes, firmar novas parcerias e consolidar as que já temos.

Para mantermos vivos os nossos conhecimentos e modos de vida é necessário garantir a sustentabilidade de nossas famílias. Nossa educação sempre se baseou no “aprender fazendo” e, portanto, nossos mestres sempre foram os mais velhos e os pajés. É de fundamental importância preservar e registrar esses conhecimentos para as próximas gerações. Os projetos a serem elaborados conosco no futuro devem prever a formação das pessoas que aqui vivem, visando garantir a nossa autonomia. Enfatizamos que nosso objetivo é fortalecer o nosso protagonismo diante das escolhas por quais caminhos resolveremos seguir.

Isto se torna cada vez mais importante no contexto das grandes obras e empreendimentos que já nos cercam e que, no futuro, podem se intensificar ainda mais os impactos ambientais, sociais e econômicos ameaçam as condições de vida dos povos originários desta terra. Os grandes projetos que pensam somente a sustentabilidade da sociedade não indígena não servem para nós.

Para conseguirmos continuar cuidando deste patrimônio ambiental que está sob nossa responsabilidade, mas que é de vital importância para toda a humanidade, precisamos nos fortalecer politicamente. Todos os parceiros que tiverem esta preocupação serão bem-vindos em nossas comunidades e estamos preparados para somarmos esforços com eles.

Entendemos que cuidar do nosso território e de seu entorno (principalmente das nascentes) é cuidar do nosso povo, é garantir nossa existência e é assegurar a saúde de todos os povos, indígenas e não indígenas, que aqui convivem conosco.

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