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OPAN conquista segundo lugar no prêmio internacional Paz de Bremen

Quase 60 entidades que atuam em prol dos direitos humanos em diferentes países participaram da seleção promovida pela organização alemã Schwelle Foundation.

Indigenistas e indígenas Enawene Nawe analisando o mapa da terra. Foto: Arquivo OPAN.

A Operação Amazônia Nativa (OPAN) conquistou o segundo lugar do prêmio Paz de Bremen 2021, promovido pela Schwelle Foundation, entidade alemã que atua no apoio a projetos que geram mudanças sociais, protegem os direitos humanos e o meio ambiente. A escolha ocorreu por meio de votos da comunidade internacional mantenedora da fundação e o resultado foi anunciado no dia 21 de outubro.

Chegaram à final do prêmio cinco das 59 participantes. A organização grega Lesvos Solidarity, que atua no suporte a refugiados, foi a mais votada, seguida pela OPAN, em uma disputa apertada. Trabalho de ativistas em prol da paz na Alemanha e de proteção a refugiados no Líbano também receberão homenagens da Schwelle Foundation na cerimônia de premiação que ocorrerá no dia 20 maio de 2022, na prefeitura de Bremen (Alemanha). “Estamos nos sentindo vitoriosos desde a primeira indicação ao prêmio. O segundo lugar já deve ser muito celebrado. É um reconhecimento de que nossos projetos estão no caminho certo”, afirma Andreia Fanzeres, coordenadora do Programa de Direitos Indígenas da OPAN.  

O trabalho da OPAN foi destacado entre as iniciativas internacionais avaliadas pelo juri do Prêmio Paz de Bremen por promover projetos de apoio aos povos indígenas na defesa de seus direitos à terra, tendo como princípio norteador das ações a valorização da cultura, os saberes e modos de vida ancestrais. No trabalho da OPAN, a voz dos povos indígenas está no centro de todos os projetos.

Muitos dos projetos que a OPAN executa têm apoio de organizações internacionais, como a Misereor, entidade da igreja católica na Alemanha que trabalha na cooperação para o desenvolvimento e promove ações contra a desigualdade social em países da África, Ásia e América Latina. Regina Reinart, encarregada de projetos no Brasil, no  Departamento América Latina da Misereor, relata que acompanha o trabalho da OPAN desde 2013 e que a participação destacada no Prêmio Paz de Bremen foi um importante reconhecimento. “Parabenizamos a OPAN e  todos os povos indígenas com os quais atua. Desde 1969, OPAN se dedica à luta indígena e indigenista. Em tempos de desafios fortes e ameaças insuportáveis, a notícia veio com um sinal de esperança. É preciso manter a força, continuar a ter sonhos e  “ter gana sempre” como canta Milton Nascimento”, afirma Regina Reinart. 

QUE É O PRÊMIO PAZ DE BREMEN?

O Bremen Peace Award existe desde 2003, quando a Schwelle Foudation premiou a polonesa Weronika Sakowska por seus 10 anos de trabalho em um campo para refugiados do genocídio, em Ruanda.

Para a escolha dos finalistas e premiados de 2021, a fundação alemã reuniu – ainda em 2020 – 59 iniciativas de organizações da sociedade civil de diferentes continentes que atuam em prol da defesa dos direitos humanos. A partir dessa lista, o júri da Schwelle Foundation elegeu os cinco melhores projetos, na qual a OPAN foi apontada. As selecionadas foram submetidas a uma votação da comunidade internacional mantenedora da fundação alemã. 

Além do prêmio principal, na edição de 2021 a Schwelle Foundation reconheceu o trabalho de ativistas da Alemanha, como a autora Jacqueline Flory, que desde 2015 promove a escolarização de crianças refugiadas na Síria; e no Líbano e do teólogo católico Clemens Ronnefeldt, que atua como consultor para políticas antiviolência na Alemanha.