23 de outubro de 2023

A mostra de Audiovisual Universitário e Independente da América Latina (MAUAL). exibiu 80 curtas e premiou 15 produções.

Por Arielly Barth com edição de Túlio Paniago/OPAN

A mostra de cinema  ocorreu nos dias 27 de setembro a 01 outubro e contou com diversas participações entre produções nacionais e de países da América Latina. A obra “Pinjawuli: O veneno me Alcançou”, de Bih Kenzo, membro do coletivo Ijã Mytyli de Cinema Manoki e Myky, foi ganhadora na categoria “Melhor curta brasiliero independente experimental”. e com roteiro híbrido  o “Caminhos da sabedoria: Povos Tradicionais” de  Suyane Katikitalosu Terena e Janderson C. Pareci, levou o prêmio “MT Cine” .

Prêmios da MAUAL / Foto: Cineclube Coxiponés

O curta “Pinjawuli: O veneno me Alcançou” tem como protagonista um jovem indigena assolado pela contaminação de agrotóxicos em seu território. Ele encontra conforto para a dor no leito do rio que corta a região, e este  que também está sendo ameaçado pela contaminação.  O curta chama atenção para aqueles que primeiro sentem as consequências da contaminação por agrotóxicos, as comunidades indígenas e a natureza ao redor.

Para a comunidade Manoki, os sonhos possuem forte significado e colocar isso em vídeo foi a forma que Bih Kenzo encontrou para se expressar e representar o que vem acontecendo com o meio ambiente. “Acho que foi uma forma dos seres da floresta mostrarem para mim o que está acontecendo. Na nossa cultura existe uma tradição que sonhos bons não podemos contar, já os ruins, ao serem falados, se desfazem”, explica o diretor.

“Pinjawuli: O veneno me Alcançou” venceu na categoria “Curta brasiliero independente experimental”

Ela ainda destaca a importância do prêmio para o coletivo e para a comunidade e ressalta que ainda há muito o que se mostrar sobre a cultura do seu povo “Estamos muito felizes porque é uma premiação muito significativa para nossa caminhada. Ainda temos muito o que produzir e o que mostrar sobre nossa comunidade”.

O Coletivo Ijã Mytyli de Cinema Manoki e Myky, que já produziu 15 filmes ao longo de pouco mais de uma década de existência, reúne jovens realizadores dos povos indígenas Manoki e Myky. Ijã significa tanto história como caminho. E Mytyli ou Myty’i significa novo ou jovem. “Toda história atravessa um caminho e todo caminho conta uma história. É uma outra forma de se contar histórias e se traçar caminhos feita em sua maioria por jovens, através de uma ferramenta de comunicação que é o cinema, guiado pela trajetória de nossos ancestrais”, explica Typju Myky.

Prêmio MT Cine

Já o roteiro híbrido dos jovens Suyane Katikitalosu Terena, 17, e Janderson C. Pareci, 20, intitulado “Caminhos da sabedoria: Povos Tradicionais”, foi o premiado na categoria especial MT Cine, que visa possibilitar o desenvolvimento do roteiro para viabilizar a gravação do filme.

Além do roteiro, Suyane ainda teve seu documentário “Swana – Rainha das Formigas” apresentado em sessão especial de estreia durante a noite de premiação.

O roteiro é fruto do processo de se reconhecer dentro de uma região habitada por diferentes povos, que convivem entre si. “Eu não sabia se era Terena, Pareci ou Nambikwara, é algo que muitas crianças sentem. Então o documentário busca trazer o que é esse território”, comenta Suyane.

Suyane destaca a importância do prêmio como forma de reconhecimento para a cultura no município “Após o prêmio, nós fomos muito mais reconhecidos e respeitados, mais oportunidades devem vir. Visibilidade que nem eu imaginava que ia conseguir.”

Suyane pretende continuar no audiovisual e pontua sua importância para as lideranças femininas “Vim nessa missão de registrar elas para o futuro”. Já Janderson irá cursar enfermagem para contribuir com a saúde da comunidade.

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