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Aldeia Idecora, Terra Indígena Caititu. Foto: Adriano Gambarini/OPAN

Livro ‘Diálogos Amazônicos’ inspira estratégias para o futuro

Sugestões para o enfrentamento dos desafios da região Amazônica são reunidas em publicação que agrega contribuições de 88 pesquisadores da bacia amazônica

Pesquisadores e instituições de vários países uniram esforços para abordar temas como desenvolvimento sustentável, conservação e inclusão social na região amazônica. Os frutos dessa colaboração estão compilados no livro “Diálogos Amazônicos: contribuições para o debate da sustentabilidade e inclusão”, publicado pela Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA) – Amazônia Sustentável e Inclusiva e lançado durante uma cerimônia virtual transmitida pelo canal da Agência Fapesp no último dia 14 de novembro, com a participação de diversos autores. 

A publicação conta com a colaboração de 88 doutorandos e pós-doutorandos, todos envolvidos em pesquisas na Amazônia, sendo 60% brasileiros e 40% de  países amazônicos como Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Suriname, Venezuela e extra-amazônicos como Guatemala, México, Estados Unidos, Itália e Países Baixos. O livro reforça a importância dos esforços de inclusão, a colaboração interdisciplinar e a integração de conhecimentos para enfrentar os complexos desafios da região amazônica.

“O livro, que é resultado da ESPCA – Amazônia Sustentável e Inclusiva, é fruto de um esforço da Fapesp em olhar e dedicar esforços de pesquisa para a região amazônica buscando envolver atores e instituições que estão na região. Esse passo é de fundamental importância pois acredito que as soluções para os desafios da Amazônia estão na própria Amazônia”, analisa Gustavo Silveira, coordenador técnico da Operação Amazônia Nativa (OPAN) e membro do comitê organizador e palestrante da ESPCA.  

A importância da governança local

Dentre as temáticas abordadas na publicação, destaca-se a necessidade de fortalecer e valorizar a governança local sobre o uso de recursos naturais, reconhecida estratégia eficaz para a conservação da biodiversidade e a promoção de uma economia sustentável na região amazônica.

“A atenção e fomento à governança local é um meio de reconhecer a primazia dos moradores de um território na tomada de decisão sobre o uso dos recursos e o futuro que almejam para suas vidas. O enfrentamento das mudanças climáticas é mais efetivo quando está firmado na terra, no local em que as pessoas vivem. Nosso alerta é para que as esferas governamentais e privadas não se esquivem de relações responsáveis com as organizações locais de povos e comunidades tradicionais”, explica José Cândido, indigenista da OPAN e co-autor de um dos capítulos do livro.