OPAN participa do primeiro curso básico em indigenismo para o corpo de bombeiros militar do estado de Mato Grosso
Entre os dias 08 e 10 de março, na aldeia Piaraçu, Terra Indígena Capoto/Jarina, contígua ao Parque Indígena do Xingu, ocorreu o primeiro “Curso Básico em Indigenismo” oferecido a vinte e um integrantes do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso – CBM/MT.
Entre os dias 08 e 10 de março, na aldeia Piaraçu, Terra Indígena Capoto/Jarina, contígua ao Parque Indígena do Xingu, ocorreu o primeiro “Curso Básico em Indigenismo” oferecido a vinte e um integrantes do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso – CBM/MT. O objetivo do Curso foi sensibilizar e instrumentalizar os bombeiros para o combate a focos de incêndio no interior de Terras Indígenas por meio da criação e manutenção de brigadas de prevenção e combate a incêndios compostas por indígenas.
A realização do Curso foi fruto de uma parceria entre a Operação Amazônia Nativa – OPAN, o CBM/MT – representado na pessoa do Tenente Coronel Alessandro Mariano – e o Instituto Raoni, e estava inserido em uma série de eventos relacionados a temática de gestão do fogo que teve início no dia 01/03. O Curso foi ministrado por Ivar Busatto, coordenador geral da OPAN, e por Marcos de Miranda Ramires, indigenista da mesma instituição que atua junto ao povo Xavante de Marãiwatsédé, Terra Indígena localizada no nordeste de Mato Grosso, a 150 km de São Félix do Araguaia.
Enquanto os bombeiros tinham aulas de indigenismo, Domingos Tsere’õmorãte e Henrique Na’retobredo, ambos xavante de Marãiwatsédé, participavam da capacitação dos brigadistas indígenas. Os dois foram designados pelo “Conselho dos Homens” da aldeia para verificar como se dava a formação destas brigadas indígenas e depois compartilhar suas impressões sobre a experiência com sua comunidade. O objetivo é que a próxima brigada indígena seja implantada em Marãiwatsédé, atualmente a Terra Indígena mais devastada da Amazônia Legal e que tem problemas graves com incêndios criminosos, propiciados todos os anos por intrusos que ocupam mais de 80% da TI. Estas queimadas colocam a vida dos xavante que lá vivem sob ameaça e impedem a regeneração natural dos cerca de 30.000 ha ocupados atualmente pelos índios.
O Ten. Cel. Mariano vem, desde 2008, desenvolvendo um projeto de manejo do fogo em Terras Indígenas, cuja primeira experiência foi a criação de uma brigada composta por índios de várias etnias no ano de 2007, através de um Termo de Cooperação Técnica firmado entre a Casa Civil e Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio do Corpo de Bombeiros. No ano de 2008 ocorreu a redução de 83% dos focos de incêndio no interior da TI Capoto/Jarina, onde residem parte dos brigadistas índios. A expectativa é que em abril deste ano o Ten. Cel. Mariano visite Marãiwatsédé e no mês seguinte tenha início a formação da brigada indígena naquela terra indígena.
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