A despedida de Abel, Kanaú

Falece Abel Kanaú, indigenista com notável contribuições na educação indígena.

Ontem, 20 de setembro de 2015, recebemos a notícia do falecimento de Abel de Oliveira Silva, Kanaú. Depois do diagnóstico de câncer, foram poucos meses de vida na cidade de Santa Rosa-RS, onde foi bem cuidado e amparado pela família e pelo SUS, conforme nos revelou em conversa recente.

Nascido na região missioneira do Rio Grande, Palmeira das Missões, em 31 de agosto de 1952, buscou a OPAN no ano de 1976 para uma atuação no campo da educação escolar indígena que tivesse por pressuposto o diálogo com a educação já oferecida pelas sociedades indígenas.

Acolhemos Abel no território paresi, em Mato Grosso, mas foi junto aos Madija, no Alto rio Envira, estado do Acre, que por longos anos com nossas equipes da OPAN, CIMI e IECLB, belos e profundos estudos iam sendo realizados ao mesmo tempo em que desenvolvia importantes e revolucionários métodos educacionais em conjunto com aquela sociedade indígena, abandonada no sertão brasileiro.

Mais tarde, ampliou seu trabalho em Rio Branco-AC, produzindo material didático para as escolas indígenas. Depois, como analista de projetos na Oxfam (Recife) e CESE (Salvador), mostrou sua sensibilidade e compreensão nos diálogos com centenas de organizações populares da sociedade civil.

Ultimamente, morava na Chapada Diamantina-BA junto a um vilarejo de remanescentes de garimpeiros. Animava a vida cultural do lugar, tendo sempre presente a promoção da vida e da alegria em estreita convivência e solidariedade com as pessoas simples dos sertões.

Em nome de tantos amigos e colegas da OPAN, desejamos que sua essência perfeccionista esteja feliz onde agora só existe Plenitude.

A coordenação da OPAN

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