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A maior pesca Paumari

Com o manejo consolidado, povo Paumari do rio Tapauá pesca 30 toneladas de pirarucu.

Lábrea, AM – O povo Paumari do rio Tapauá acaba de realizar sua quinta pesca manejada de pirarucu, com apoio do projeto Raízes do Purus, patrocinado pela Petrobras. A partir da experiência de uma década de trabalho, a terra protegida e riqueza de peixes nos lagos, foram 502 pirarucus, um total de 30 toneladas de pescado naturalmente orgânico. Além da maior quantia registrada, este ano a atividade contou com uma nova estrutura de pré-beneficiamento, alterações na logística e maior participação de mulheres e jovens.

A atividade foi facilitada por uma flutuante construído de acordo com a orientações da Agência de Defesa Agropecuária e Floresta do Estado do Amazonas (Adaf), em que o peixe é tratado em um ambiente fechado de onde, carregado por um guincho, já sai direto para o gelo, eviscerado, limpo, pesado, medido e com o lacre de identificação.

Flutuante do manejo Paumari. Foto: Dafne Spolti/OPAN.

“O que me surpreendeu foi a inclusão das pessoas com essa nova estrutura”, disse o indigenista da OPAN, Diogo Henrique Giroto, explicando que antes, sem o guincho, chegavam a ser necessários quatro homens para carregar cada pirarucu que ia ser tratado, o que agora pode ser feito por uma pessoa, o que chamou a participação dos jovens e das mulheres nessa frente de trabalho. “Todo mundo empenhado é legal. Até os mais jovens se envolverem”, destacou Deuzilene Paumari, coordenadora de cozinha, observando a equipe de tratamento.

Germano Paumari, que está envolvido com o manejo desde o início, há mais de 10 anos, também observou os ganhos com a nova estrutura. “No nosso manejo a gente vem desde o começo buscando fazer o melhor. Antes eram mesas de madeira e hoje essas de inox”, disse. É consenso entre ele e todo povo Paumari a qualidade do peixe, saudável porque vem da floresta e pela forma como é cuidado desde o lago até o barco geleiro. “Não gabando a gente mesmo, mas o nosso peixe é da melhor qualidade”, disse o coordenador do manejo Francisco Paumari.

Pesca manejada de 2018. Foto: Dafne Spolti/OPAN.

Outra mudança este ano é que os Paumari decidiram reservar seu maior lago, onde costumavam pescar nos últimos anos, para dar um tempo maior de crescimento dos peixes. Ao invés disso, foram para outros sete ambientes menores, alcançando mesmo assim uma quantidade de 202 pirarucus a mais que no ano passado, proporcionando, ainda, um aumento de 10 quilos no peso médio em relação a 2017.

Com peixes crescidos, sendo que o maior deles media 2,37 metros, alcançaram a medida planejada de 30 toneladas que serão comercializados pela primeira vez em parceria com a Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Asproc), representação de comunidades extrativistas da região do Médio Juruá. Após 14 dias de trabalho, a pesca foi concluída de acordo com os planejamentos feitos inicialmente e os pirarucus já chegaram a Manaus, seu destino final. “Foi um grande sucesso, uma das maiores pescas que teve”, concluiu Diogo Henrique Giroto, da OPAN.

Foto com o lacre número 1000 do manejo Paumari. Foto: Dafne Spolti/OPAN.

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