OPAN

V Festival Juruena Vivo

De 1 a 4 de novembro Juína, noroeste do estado de Mato Grosso, foi sede do V Festival Juruena Vivo. Nesta edição, o coração do encontro foi o intercâmbio produtivo e cultural entre os povos da bacia do juruena, que propôs diálogos sobre formas de aproveitamento e valorização da sociodiversidade da região. Cerca de 200 pessoas, incluindo povos indígenas das etnias Apiaká, Munduruku, Kaibi, Myky, Tapayuna, Rikbaktsa, Manoki, Nambikwara, Paresi e agricultores dos assentamentos PA Nova Esperança, Ouro Verde, Juruena, Vale do Amanhecer e Iracema vieram para trocar suas experiências.

Foto de Henrique Santian/OPAN

A Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena (ADERJUR), por exemplo, mostrou seu trabalho de apoio da cadeia produtivas na região. Hoje, duas cooperativas apoiadas pela ADEJUR, a Coopavan e a Associação Mulheres Cantinho da Amazônia (AMCA), produzem macarrão, paçoca, barra de cereais e biscoito, agregando valor à castanha*. Também foram apresentadas e discutidas experiências com pequi, babaçu, sementes, artesanato e economia solidária. Círio César Custódio da Silva, do Instituto Ouro Verde, trouxe  o SISCOS: sistema de comercialização solidária. O projeto, ancorado em um site, permite que funcione uma rede comercio justo de agricultores e consumidores do município de Alta Floresta.

Intercâmbio da sociobiodiversidade no V Festival Juruena Vivo – Marelo Munduruku

Durante a parte da manhã, grupos de 20 pessoas revezaram para ouvir sobre diferentes experiências de manejo sustentável, trocas de sementes, recuperação de áreas degradadas e geração de renda com a floresta em pé. No turno da tarde os grupos se dividiram por afinidade de temas. Ivonete, da etnia Rikbaktsa, que participou do grupo sobre sementes e artesanato, pôde perguntar para o Sr. Acrísio Luiz, da Redes de Sementes do Xingu, como eles fazem para conservar as sementes em seus bancos. Acrísio, que se emocionou durante a experiência, conta que se sente orgulhoso de fazer parte de um projeto que, “com todos os tropeços, venceu”. Para ele os desafios dos coletores que participaram do grupo, são os mesmos enfrentado pela Rede de Sementes do Xingu há 11 anos atrás, quando o projeto teve início.

O Festival está sendo reportado por um grupo de comunicadores da Rede Juruena Vivo, que se dividiram em equipes de fotografia, audiovisual, jornalismo e redes sociais. A proposta de uma cobertura colaborativa recebe esforços especiais do Mídia Índia, um coletivo de comunicadores indígenas de abrangência nacional. Para Marcelo Munduruku, comunicador da rede, “é de fundamental importância contribuir com a divulgação do Juruena” e a participação na oficina incrementa os instrumentos de entendimento e de visibilidade entre os povos da bacia do Juruena.

Cobertura coletiva do V Festival Juruena Vivo – Lívia Alcântara/OPAN

Duas exposições fotográficas fazem parte do festival. Pablo Albarenga, uruguaio, apresenta uma série de retratos de pessoas que podem ser atingidas por empreendimentos energéticos na região do rio Arinos e Peixes. O fotógrafo conta que pediu para que elas olhassem para a câmera como se encarassem os “donos” destas hidrelétricas. Henrique Santian traz a exposição “Olhares ocultos, paisagens perceptíveis”. O fotógrafo reúne imagens de seu acervo, onde registra os biomas do estado e, também, as alterações que ocorrem nestes cenários.

De 1 a 4 de novembro Juína, noroeste do estado de Mato Grosso, foi sede do V Festival Juruena Vivo. Nesta edição, o coração do encontro foi o intercâmbio produtivo e cultural entre os povos da bacia do juruena, que propôs diálogos sobre formas de aproveitamento e valorização da sociodiversidade da região. Cerca de 200 pessoas, incluindo povos indígenas das etnias Apiaká, Munduruku, Kaibi, Myky, Tapayuna, Rikbaktsa, Manoki, Nambikwara, Paresi e agricultores dos assentamentos PA Nova Esperança, Ouro Verde, Juruena, Vale do Amanhecer e Iracema vieram para trocar suas experiências.

A Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena (ADERJUR), por exemplo, mostrou seu trabalho de apoio da cadeia produtivas na região. Hoje, duas cooperativas apoiadas pela ADEJUR, a Coopavan e a Associação Mulheres Cantinho da Amazônia (AMCA), produzem macarrão, paçoca, barra de cereais e biscoito, agregando valor à castanha*. Também foram apresentadas e discutidas experiências com pequi, babaçu, sementes, artesanato e economia solidária. Círio César Custódio da Silva, do Instituto Ouro Verde, trouxe  o SISCOS: sistema de comercialização solidária. O projeto, ancorado em um site, permite que funcione uma rede comercio justo de agricultores e consumidores do município de Alta Floresta.

Durante a parte da manhã, grupos de 20 pessoas revezaram para ouvir sobre diferentes experiências de manejo sustentável, trocas de sementes, recuperação de áreas degradadas e geração de renda com a floresta em pé. No turno da tarde os grupos se dividiram por afinidade de temas. Ivonete, da etnia Rikbaktsa, que participou do grupo sobre sementes e artesanato, pôde perguntar para o Sr. Acrísio Luiz, da Redes de Sementes do Xingu, como eles fazem para conservar as sementes em seus bancos. Acrísio, que se emocionou durante a experiência, conta que se sente orgulhoso de fazer parte de um projeto que, “com todos os tropeços, venceu”. Para ele os desafios dos coletores que participaram do grupo, são os mesmos enfrentado pela Rede de Sementes do Xingu há 11 anos atrás, quando o projeto teve início.

O Festival está sendo reportado por um grupo de comunicadores da Rede Juruena Vivo, que se dividiram em equipes de fotografia, audiovisual, jornalismo e redes sociais. A proposta de uma cobertura colaborativa recebe esforços especiais do Mídia Índia, um coletivo de comunicadores indígenas de abrangência nacional. Para Marcelo Munduruku, comunicador da rede, “é de fundamental importância contribuir com a divulgação do Juruena” e a participação na oficina incrementa os instrumentos de entendimento e de visibilidade entre os povos da bacia do Juruena.

Cobertura coletiva do V Festival Juruena Vivo – Lívia Alcântara/OPAN

Duas exposições fotográficas fazem parte do festival. Pablo Albarenga, uruguaio, apresenta uma série de retratos de pessoas que podem ser atingidas por empreendimentos energéticos na região do rio Arinos e Peixes. O fotógrafo conta que pediu para que elas olhassem para a câmera como se encarassem os “donos” destas hidrelétricas. Henrique Santian traz a exposição “Olhares ocultos, paisagens perceptíveis”. O fotógrafo reúne imagens de seu acervo, onde registra os biomas do estado e, também, as alterações que ocorrem nestes cenários.

A Rede Juruena Vivo

O evento foi organizado pela Rede Juruena Vivo, composta pelo Conselho Missionário Indigenista (CIMI), a Operação Amazônia Nativa, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Instituto Centro e Vida (ICV), o Caracol, a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), o coletivo Acquarela e o Coletivo Proteja, além de associações indígenas como a Aimurik, Assirik, Atssirik, Oimekrikanaz, Associação Indígena Abanatsa (AIABA), a Associação Indígena Rikbaktsa (Tsirik), Associação Watoholi, do povo Manoki, Associação de Coletores e Coletoras de Castanha do Brasil do PA Juruena (ACCPAJ), Associação de Moradores e Veranistas de Fontanillas.

*Correção: inicialmente esta matéria dizia que a ADERJUR beneficia a castanha. No entanto, a informação correta é que as cooperativas ligadas a ela fazem este beneficiamento, conforme corrigido no texto