Lideranças Deni mostram soluções para dilemas internos
O povo Deni do rio Xeruã foi convidado pelo ICMBio a conhecer a experiência da primeira pesca manejada de pirarucu da Reserva Extrativista Médio Juruá.
Por: Comunicação OPAN
Carauari, AM
O povo Deni do rio Xeruã foi convidado pelo ICMBio a conhecer a experiência da primeira pesca manejada de pirarucu da Reserva Extrativista Médio Juruá. O interesse dos indígenas pelo assunto foi expresso durante a apresentação do Plano de Gestão Territorial do Povo Deni do rio Xeruã, que aconteceu no início do mês.
Foi a oportunidade de apresentar o resultado de três anos de trabalho que o consórcio OPAN-Visão Mundial desenvolveu através do Projeto Aldeias, elogiado pelos indígenas e pelos parceiros locais. “Agora o povo Deni tem Plano de Gestão. Esse documento vai ajudar Deni a planejar como viver bem hoje e no futuro. Agora Deni vai trabalhar com Plano de Gestão e esperamos que melhore nossa vida nas aldeias”, disse Baba Hava Deni, tuxaua da aldeia Boiador. De acordo com o coordenador geral da OPAN, Ivar Busatto, o Plano de Gestão Deni enfatiza quão organizadas as populações do rio Xeruã estão, pois conseguiram expressar na publicação acordos internos que por si só podem melhorar a vida do povo Deni, mesmo no cenário desfavorável de ineficiência das políticas públicas.
Diante de cerca de 70 pessoas, lideranças Deni, Kanamari e Kulina expusessem demandas comuns a esses três povos aos representantes do poder público presentes ao evento, como Secretaria do Estado para os Povos Indígenas (Seind), Funai, Sesai, ICMBio, CEUC e administrações municipais, reforçando a possibilidade de continuidade do diálogo em locais tão remotos.
Além disso, os indígenas puderam estreitar relações com populações vizinhas na Resex Médio Juruá, Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uacari e Associação dos Produtores de Carauari (Asproc). Em especial, os Deni conheceram mais profundamente como funciona o comércio ribeirinho solidário, do qual desejam fazer parte.
Projeto Aldeias
O Projeto Aldeias se desenvolveu em 7 terras indígenas nas bacias dos rios Purus, Juruá e Jutaí. É uma iniciativa da OPAN e de Visão Mundial com apoio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) para apoiar a conservação da biodiversidade e ao manejo de recursos naturais nas terras indígenas Katukina do Biá, Deni, Paumari do Rio Cuniuá, Paumari do Lago Paricá e Paumari do Lago Manissuã, além do fortalecimento das organizações indígenas locais e regionais. Houve também uma componente em parceria com a Coordenação de Índios Isolados e de Recente Contato (FUNAI/CGIIRC), de proteção etnoambiental dos povos indígenas Hi Merimã e Suruaha, no marco da Frente Purus de Proteção Etno-ambiental.
OPAN
A OPAN foi a primeira organização indigenista fundada no Brasil, em 1969. Atualmente suas equipes trabalham em parceria com povos indígenas do Amazonas e do Mato Grosso, desenvolvendo ações voltadas à garantia dos direitos dos povos, gestão territorial e busca de alternativas de geração de renda baseadas na conservação ambiental e na manutenção das culturas indígenas.
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