Nos últimos anos tivemos a experiência e vivência de como é uma situação de pandemia provocada por um vírus desconhecido e letal.
Sentimos um pouco o que os povos autóctones viveram ao estarem em contato com as frentes de expansão: a falta de imunidade diante de uma nova doença.
Diante de tal situação, buscamos isolamento, proteção, cuidados, informação e canalização de esforços para divulgar orientações técnico-científicas e normas de procedimentos para reduzir possíveis situações de calamidade
maior.
Colaboramos com diversos órgãos públicos, principalmente com
a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), adquirindo equipamentos e remédios para fortalecer a atenção básica nas aldeias indígenas. Contribuímos com transporte dos materiais, campanhas de informação sobre a covid-19 e instalamos muitos pontos de internet nas aldeias que antes não contavam com esse meio de comunicação.
Houve mobilização geral da instituição, dentro dos limites, para minimizar o impacto da covid-19.
Ao mesmo tempo que fomos forçados a readequar nossas atividades concretas de campo, seguimos dando sequência, com precauções, aos planejamentos de trabalhos com os povos beneficiários de nossas ações.
Em 2021 e em 2022, retomamos de forma presencial algumas das
atividades realizadas virtualmente.
Assim, fortalecemos as ações voltadas a segurança e soberania alimentar e à geração de renda por meio
de produtos da sociobiodiversidade, associadas a proteção dos territórios.
Ampliamos também o escopo do trabalho no campo dos direitos indígenas. Em um contexto político adverso no Poder Executivo e em parte do Congresso Nacional, as ameaças
aumentaram, sendo necessárias forças-tarefa para a proteção dos povos isolados e diante de projetos de mineração, hidrelétricas e outros.
Contribuímos também com a participação e a incidência dos povos indígenas nos espaços de tomada de decisão.
A garantia de direitos e as ações voltadas à qualidade de vida das comunidades foram potencializadas, ainda, pelo fortalecimento das organizações indígenas e do trabalho de
comunicadores locais, que têm uma atuação cada vez mais ampla.
Neste relatório, você poderá conhecer melhor as atividades e resultados da atuação da OPAN nesses últimos dois anos.
Boa leitura!
Ivar Luiz Vendruscolo Busatto
Coordenador geral da OPAN