OPAN

Trocando experiências

Lideranças indígenas e OPAN participam de simpósio de Etnobiologia e Etnoecologia em MG.

Por: Keka Werneck/OPAN

Montes Claros, MG – Entre iniciativas consideradas relevantes para a mudança do cenário socioambiental no país, o Projeto Berço das Águas, patrocinado pela Petrobras, foi convidado a participar do X Simpósio Brasileiro de Etnobiologia e Etnoecologia, realizado entre 22 e 26 de novembro de 2014, em Montes Claros, Minas Gerais. A coordenadora do projeto executado pela Operação Amazônia Nativa (OPAN), Artema Lima, junto com lideranças indígenas, apresentou os resultados da iniciativa.

Os indígenas de Mato Grosso compuseram a mesa do dia 22 – “Encontro de Povos e Comunidades Tradicionais”. Conforme Artema Lima, “o objetivo principal da mesa foi propiciar um fórum político para o fortalecimento das articulações e empoderamento das comunidades tradicionais e indígenas em nível nacional, trazendo maior aproximação entre a academia e as demandas postas por tais atores sociais, comumente vistos sob a ótica de sujeitos de pesquisa”.

O cacique Manoel Kanunxi, que vive na aldeia Asa Branca, na Terra Indígena Irantxe, no noroeste de Mato Grosso, relatou que seu povo já tem plano de gestão territorial e hoje está lutando para que o os rios não sejam destruídos. “A nossa terra ainda precisa ser homologada e precisamos de aliados que nos ajude nessa luta para que o governo possa nos ouvir. Já recebemos pesquisadores na nossa aldeia e queremos que as pessoas voltem e se envolvam com a nossa luta e com a nossa cultura”, destacou.

Além de Manoel, também participaram do debate outras lideranças indígenas de Mato Grosso: Valdir Sabanê, Carolina Rewaptu e Lázaro Xavante, além de Erivelton Tawandê. “Estou muito feliz de estar aqui falando para os acadêmicos, nunca pensei que vocês tivessem interesse em saber como vivem os índios e sobre as nossas lutas pelos territórios”, disse Erivelton.

O Projeto Berço das Águas também participou de debates na mesa “Troca de Saberes”, em que trataram sobre os planos de gestão territorial, rede de sementes, a migração forçada e territorialidade. “Neste espaço, os indígenas tiveram a possibilidade de relatar um pouco mais sobre suas vidas e evidenciar como o contato com a academia e pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento modificou a sua realidade. Foi um rico momento para uma reflexão compartilhada sobre ‘como’, ‘porque’ e para ‘quem’ são realizadas as pesquisas científicas”, explica Artema Lima.

Conheça o site do projeto Berço das Águas

 

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