OPAN

Retratos do projeto “Raízes”

Lançado em Manaus, livro “Raízes” oportuniza maior visibilidade sobre quatro povos indígenas do sul do Amazonas, apoiados pelo projeto Raízes do Purus.

O livro de fotografia “Raízes”, do fotógrafo Adriano Gambarini, produzido pela Operação Amazônia Nativa (OPAN), foi lançado na última semana na sede da Petrobras em Manaus, a patrocinadora do projeto “Raízes do Purus” por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Além das equipes da empresa, estavam presentes organizações da sociedade civil, acadêmicos e membros do coletivo do manejo do pirarucu*. A obra agradou a indígenas retratados, aos trabalhadores e demais convidados, que puderam conhecer melhor o apoio da Petrobras ao projeto “Raízes do Purus” e conhecer os modos de vida dos povos Apurinã, Jamamadi, Paumari e Deni.

“Como amazonense e petroleiro, fico imensamente contente que a Petrobras tenha apoiado o projeto”, disse o funcionário da Petrobras, advogado Pedro Lucas Lindoso. “O livro Raízes retrata com esplêndida plasticidade o meio ambiente dos Paumari, a expressividade dos rostos do povo Jamamadi, a  rotina de trabalho dos Apurinã na busca da fartura de alimentos, os afazeres e a expressividade dos Deni, que parecem preservar suas tradições com orgulho”, avalia ele.

Para Pha’avi Hava Deni, um dos palestrantes durante o lançamento, presidente da Associação do Povo Deni do rio Xeruã (Aspodex), o livro é importante para divulgar a cultura dos Deni. “Algum kariva [não indígena] vai ver”, diz. Ele destacou que no livro é possível conhecer a história do pirarucu, peixe manejado pelos Deni com apoio do projeto: “O livro conta a história do ve’e [pirarucu], de como surgiu. Porque o povo Deni virou um pirarucu na nossa mitologia”.

Pha’avi durante lançamento do livro “Raízes”. Foto: Dafne Spolti/OPAN

Raimundo Paumari contou sobre os benefícios do manejo de pirarucu apoiado pelo projeto Raízes do Purus, explicando que a espécie estava ameaçada e que agora, com o manejo, existe muita fartura de peixes nas terras Paumari do rio Tapauá. A fartura garantida pelas formas de vida dos indígenas, algo que se busca garantir também entre os Jamamadi e Apurinã em sua maneira de gerir a terra, foi comentada pelo coordenador geral da OPAN, Ivar Busatto. “Com a alimentação farta na aldeia com as cadeias de valor é possível encontrar certa independência”, afirmou ele, dimensionando a amplitude dos resultados de trabalhos com as populações indígenas.

O fotógrafo Adriano Gambarini falou durante o lançamento sobre a nova trajetória que abriu no trabalho dele com populações indígenas e de que maneira ele deve ser realizado, com profundo respeito. “Primeiro quero aprender a conhecer o povo que eu estou fotografando”, explicou. Gambarini destacou a importância do registro histórico e de conhecer esses povos pensando também na proteção do ambiente. “Se tem uma maneira de conservar essa Amazônia é junto a esses povos”, enfatizou ele.

Adriano Gambarini com imagem do livro ao fundo. Foto: Dafne Spolti/OPAN.

O coordenador da Gerência Executiva de Responsabilidade Social da Petrobras no Amazonas, Vinicios Mousinho, também destacou a relevância do trabalho e da atividade. “Foi importantíssima a participação na Unidade porque acaba aproximando mais os projetos socioambientais da força de trabalho da Companhia”, disse, comentando que o lançamento foi bastante elogiado entre os trabalhadores. “Foi muito positivo o feedback do pessoal. Eles pediram mais oportunidades, mais ocasiões como essas. A gente vai estar sempre estimulando para que os projetos tenham esse espaço interno. Isso é muito válido”, concluiu ele.

Coordenador da Gerência de Responsabilidade Social, Vinicios Mousinho, ao centro. Foto: Dafne Spolti/OPAN.


* Chamado informalmente de “Coletivo de Pirarucu”, este grupo formado por organizações governamentais e não governamentais, parceiros e comunitários contribui para a valorização do manejo de pirarucu. Em sua trajetória, o coletivo já contou com atividades apoiadas pelo projeto Raízes do Purus.

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