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Série de animação “Elos Associativos” visa fortalecer organizações indígenas

Baseado em publicação impressa homônima, o material audiovisual apresenta ferramentas e práticas de gestão.

Como se cria uma organização representativa com CNPJ e estatuto? Qual é o papel social e político de uma associação? Quais são as responsabilidades de cada membro? Como captar recursos? Como se dá a prestação de contas? Esses questionamentos são comuns entre comunidades que buscam acessar recursos para a realização de seus projetos. 

Visando sanar essas e outras dúvidas relacionadas ao associativismo, foi produzida uma série de quatro curtas-metragens, intitulada Elos Associativos. As animações estão disponíveis no canal do YouTube da Operação Amazônia Nativa (OPAN) e dialogam com a publicação impressa homônima, também disponível no site da instituição. Ambos os materiais resultam de um trabalho de seis anos, entre 2017 e 2022, junto a oito organizações indígenas de Mato Grosso e do Amazonas.

Frame de uma das quatro animações – Realização OPAN com apoio da Embaixada Real da Noruega

“O material foi elaborado com base em vivências e experiências de campo junto às associações. É uma tentativa de aliar a teoria e a prática com auxílio das novas ferramentas digitais, e assim difundir conhecimentos que possam auxiliar as organizações indígenas em seus processos de autonomia e fortalecimento institucional, afinal o fortalecimento dessas organizações passa pelo reconhecimento de suas próprias formas de organização social e política”, explica a indigenista e doutoranda em Ciência Política, Catiúscia Custódio, que é membra da OPAN e coordenou a produção dos vídeos.

Com direção assinada por Ruth Takiya, as animações são lúdicas, didáticas e possuem cerca de três minutos cada. Além de indígenas, alguns animais também figuram como personagens, a exemplo da preguiça e do tamanduá. Cada vídeo pode ser assistido independente dos demais, porém há uma ordem cronológica que cria uma linha narrativa entre eles. De acordo com essa ordem, os títulos são os seguintes: “Construindo a associação”; “Organizando o trabalho”; “Identificando oportunidades”; e “Prestando Contas”.

O Tamanduá é uma das personagens da série de animação

As oito organizações apoiadas durante esse trabalho são: Associação das Mulheres indígenas de Mato Grosso (Takiná), Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt), Associação Indígena das Mulheres Rikbaktsa (Aimurik), Associação do Povo Deni do Rio Xeruã (Aspodex), Associação dos Produtores Indígenas da Terra Caititu (APITC), Associação Indígena do Povo da Água (AIPA), Associação Indígena Kolimace (AIK) e Instituto Krehawa (Inkre). 

Livro “Elos Associativos: Gestão, Participação e Representação”

A publicação impressa já está em sua segunda edição e serve de instrumento de pesquisa e orientação para as organizações e suas lideranças realizarem seus processos de gestão associativa. Trata-se de um material instrutivo importante para a renovação de associações indígenas, uma vez que contribui para a formação de novos quadros gestores. 

O material também pode ser utilizado por escolas indígenas. Quando todos compreendem a função da associação e se veem como parte do processo, as relações tendem a ser fortalecidas, assim como os elos comunitários. “Elos Associativos” leva em consideração a numerosa diversidade étnica e linguística indígena espalhada por todo o território brasileiro, que comporta culturas extremamente diferenciadas em suas formas de organização política, social e cosmológica.

Ficha Técnica das Animações

Direção: Ruth Takiya
Roteiro: Catiúscia Custódio, Rochele Fiorini, Rodrigo Ferreira e Eduardo Paiva
Desenhos: Eduardo Paiva
Animação: Eduardo Paiva e Ruth Takiya
Edição: Luisa Noriko
Música: Vivian Altman, Marcos Bertoni, Eduardo Paiva e Bertrand Eberhard
Vozes: Teresa Mai, Jorge Yo, EP, Marcos Bertoni, RT, Herman Oliveira e Juan Dantas
Realização: OPAN