Rede Juruena Vivo define nomes para secretaria-executiva  e coordenação geral 

Comemorando a vitória sobre o arquivamento da licença da Usina Hidrelétrica (UHE) Castanheira, a Rede Juruena Vivo realizou, entre os dias 22 e 24 de março de 2024, sua primeira reunião ampliada, momento que seus membros planejam em conjunto as ações do ano. Durante a reunião, o grupo designou uma coordenação geral para o fortalecimento da organização interna da Rede a partir de seu novo regimento e renovou sua secretaria-executiva.

Com ampla experiência de atuação junto à Rede Juruena Vivo, sendo parte de sua criação em 2014, foram escolhidas para a Secretaria Executiva Marta Tipuici, do povo Manoki, e Liliane Xavier, indigenista na Operação Amazônia Nativa (OPAN). Marta destacou o aspecto coletivo, mas também pessoal da luta que se faz dentro da Rede Juruena Vivo e observou as conquistas já alcançadas: o arquivamento da UHE Paiaguá, a mobilização contra a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Sacre 14, a realização de feiras comunitárias pelo seu povo a partir de experiências com a Rede, além do indeferimento da UHE Castanheira. “Hoje entendo muita coisa que tem acontecido na minha vida e estar na secretaria é parte de toda essa construção”, afirmou.

Liliane Xavier apresentou relatos sobre o percurso da rede e a importância desse grupo que foi crescendo ao longo dos anos e que é capaz de conquistas tão expressivas, se colocando sempre de forma qualificada, com sabedoria e espiritualidade. “É com essa força, com essa energia que a gente consegue ficar junto e voltar mais forte para as nossas casas”, disse ela no fechamento da reunião.

Além disso, por meio da sua estrutura de governança estabelecida no regimento interno que foi concluído também na reunião ampliada, a Rede Juruena Vivo também elegeu a sua Coordenação Geral, formada por um titular e um suplente de cada uma das microrregiões da bacia do Juruena,   pelas duas secretárias e por um comunicador do Coletivo Olhos D’Água de Comunicação Popular. Foram eleitos Lílian Rikbaktatsa e Janice Tsari Rikbaktatsa, pela região entre os rios Sangue e Juruena, Rosinês Kamunu e Willian Mars Cristiano Nazokemai, do povo Paresi, representando os interflúvios dos rios Papagaio, Sangue e Buriti, e, na região dos rios Arinos e Peixes, Jefferson Nascimento, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e Gilmar do Carmo, do povo Kawaiwete. “A gente tem condição de fazer um bom trabalho junto com os novos coordenadores”, avalia Liliane Xavier.

A Rede segue agora para realização das atividades programadas coletivamente, entre elas a participação no Acampamento Terra Livre (estadual e nacional), a formações sobre justiça climática, feiras de sementes e roçados, além de eventos esportivos, culturais e da 11ª edição do Festival Juruena Vivo.

Mais informações:
Coletivo Olhos D’água de comunicação popular da RJV
coletivoolhosdagua@gmail.com